O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Centro Integrado de Investigação e Inteligência (CIII), órgão vinculado à Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Goiás, recuperou dados que haviam sido apagados do aparelho celular de Fábio Escobar, vítima de homicídio em Anápolis em junho de 2021.
O telefone da vítima havia sido desbloqueado após a sua morte, pois a viúva, Jéssica Escobar, recebeu ligação do próprio celular do ex-marido logo após o homicídio. Ao atender a chamada, a pessoa que estava utilizando o celular de Fábio Escobar se identificou como policial, mas sua identidade não foi descoberta até hoje.
Com a nova extração de dados, obteve-se a informação de que houve itens excluídos do celular, depois da morte de Fábio, momento em que o aparelho celular estava na posse do agente de polícia Fabiano Félix. A suspeita é que os dados tenham sido excluídos a fim de desviar as investigações.
Dentre as mensagens apagadas que foram recuperadas há um diálogo no dia do crime (23/6/2021) entre Fábio Escobar e o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, então aliado de Marcius Salum João, o Márcio Cabeção:
Em conversas com Jéssica Escobar, Fábio teria dito estar chateado com o afastamento do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, o que, para ele, seria uma grande ingratidão. No dia de sua morte, tentou agendar uma conversa com o prefeito, que respondeu apenas “vou marcar”. Fábio mantinha, em nome de “laranjas”, contratos de licitação com a Prefeitura de Anápolis, o que lhe rendia boa quantia em dinheiro todos os meses.
Fábio era sócio de Thiago Sobral na empresa Textil Med, por meio da qual mantinham contrato de licitação com a Prefeitura de Luziânia, com cujo prefeito, Diego Sorgatto, conversou, como se lê dos prints de diálogos apagados após o homicídio:
Foi tirado, inclusive, o histórico de pesquisas de Fábio Escobar, o qual havia procurado sobre licitações em Luziânia:
Além disso, também foram apagadas mensagens de Fábio com um coronel da Polícia Militar que, à época, estava lotado em Anápolis.
Outro suspeito seria o advogado Fabrício Pereira de Souza, conhecido como “Pelezinho”, suposto amigo de Fábio que forneceu seu contato a “Fernando”, que o atraiu para o local do crime. As mensagens de Fábio e Fabrício entre os dias 21 e 23 de junho de 2021 também foram apagadas.
Na nova extração, se descobriu também que foram apagadas mensagens e ligações anteriores com Fernando:
Segundo a fonte, “há muito mais a ser divulgado”.
Fonte: Jornal Opção