Em 1985, o Brasil começava o processo de redemocratização que deixou marcas profundas. Apesar de todas as manifestações populares recheadas de muito patriotismo, as decisões foram tomadas em “salas fechadas”. Resultado: o Brasil vive até hoje uma democracia frágil e de aparências.
A democracia brasileira vem resistindo há tempos a ataques desde a chamada “redemocratização do Brasil”, que completa 40 anos neste sábado (15). Até porque, a nossa história democrática é ainda é muito curta e nova, se compararmos com as grandes nações do planeta. Ainda estamos “aprendendo a andar de bicicleta”, tentando corrigir rumos e em busca de um remédio amargo para o nosso “continental” provincianismo.
Fato é que democracia se conquista com melhor governança, menos polarização e mais políticas de Estado que sejam eficientes. Democracia é comida na mesa dos brasileiros e oportunidades de emprego e renda. É reduzir as desigualdades e investir em educação.
Democrático é o Estado ter condições de prover saúde, educação e desenvolvimento. É garantir moradia, transporte e segurança, entre outras tarefas básicas.
Democracia é proteger as instituições democráticas da estatização de militâncias. Democracia é impedir que a Constituição Federal seja “reescrita” por puro casuísmo. É uma justiça independente e livre de amarras ideológicas. Democrático é um Congresso Nacional forte, sem amordaças e atento os anseios da população. É imprensa livre e o respeito aos pensamentos divergentes.
Aproveito para fazer um alerta: a ruptura democratica não se representa mais nos moldes de uma revolução ou um golpe militar. Agora, é por intermédio do enfraquecimento lento e constante das instituições, como o judiciário e a imprensa.
Não podemos esquecer que recentemente foi divulgado o ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pelo The Economist, revista britânica de negócios, economia, política, tecnologia e cultura. O nosso país ocupa o 57º lugar.
Encerro este texto com uma celebre frase do Dr. Ulysses Guimarães: “a liberdade não pode ser mero apelo da retórica política. Ela deve exercer-se dentro daqueles velhos princípios, que impõem, como único limite à liberdade de cada homem, o mesmo direito à liberdade dos outros homens.”
Fonte: Viver Política